Na pós-modernidade, tudo se torna um protesto. Das discussões acaloradas nas redes sociais às intervenções audaciosas de ativistas em desfiles de moda exclusivos, e até mesmo o simples ato de usar uma camiseta, a ideia de usar roupas como forma de manifestação social não é nova, especialmente na moda. A camiseta, um básico presente em quase todos os guarda-roupas modernos, passou de sua origem como roupa militar para se tornar um ícone da cultura pop. Seu papel na moda como veículo de mensagens políticas, publicitárias e humorísticas é indiscutível.
A camiseta branca, em particular, tornou-se um símbolo de rebeldia e estilo, especialmente associada a figuras masculinas icônicas do cinema, como Montgomery Clift, Marlon Brando e James Dean, que a usavam em filmes que se tornaram clássicos. A partir daí, a camiseta branca entrou para o vestuário popular, ganhando versões em diferentes tecidos e formatos, tanto para homens quanto para mulheres.
Na década de 1970, as camisetas se tornaram verdadeiros cartazes de protesto em forma de roupa, expressando mensagens políticas e sociais. A indústria têxtil e gráfica avançou nos anos 1960, permitindo a produção rápida de camisetas estampadas. Isso abriu caminho para que a moda se tornasse um meio de expressão ativista.
Um exemplo notável foi o encontro de 1984 entre a então Primeira-Ministra do Reino Unido, Margaret Thatcher, e a estilista britânica Katharine Hamnett. Katharine usou uma camiseta com uma mensagem antinuclear em letras garrafais, tornando a moda uma forma impactante de protesto. Já em 1966, um grupo de mulheres protestou em frente à Dior, em Paris, em defesa do uso da minissaia.
Recentemente, a temporada de verão de 2024 foi marcada por manifestantes do PETA invadindo as passarelas de Coach, Burberry e Gucci, demonstrando que a moda continua sendo um espaço de manifestação. Camisetas com mensagens feministas, como “We Should All Be Feminists,” de Maria Grazia Chiuri para a Dior, e “The Future is Female,” de Prabal Gurung, também foram um grande sucesso comercial, demonstrando como as camisetas continuam a ser veículos de expressão.
Assim, as camisetas, conhecidas como graphic tees, retornam com ainda mais irreverência na nova temporada, mantendo-se como uma ferramenta poderosa para transmitir mensagens, fazer protestos e expressar opiniões. A moda e a ativismo continuam a andar de mãos dadas, demonstrando que as opiniões fazem parte do calendário fashion, com atitude e estilo.
Linha do Tempo da Moda de Protesto:
1960: Com avanços na indústria têxtil e gráfica, camisetas se tornam veículos de mensagens, desde nomes de bandas até causas ativistas.
1980: A estilista Katharine Hamnett usou uma camiseta política em um encontro com a Primeira-Ministra Margaret Thatcher, tornando a moda uma forma impactante de protesto.
2002: Ativistas do PETA invadem o desfile da Victoria’s Secret, protestando contra o uso de peles na moda.
2005: Paris Hilton usou uma camiseta com a mensagem “Stop being desperate” no lançamento da linha de roupas de sua irmã, Nicky Hilton, tornando-se uma imagem icônica da socialite.
2010: Na temporada de Verão de 2015, a Chanel transformou sua passarela em um enorme protesto, com modelos segurando cartazes com dizeres feministas.
A moda continua a ser uma ferramenta de expressão e protesto, unindo estilo e mensagens poderosas.
1960
1980
2002
2005
2010