Uma das séries mais queridas da Netflix chegou ao fim. The Crown encerrou o drama real na sua sexta temporada, ambientada entre os anos 1990 e 2000 em meio ao caos midiático frente a relevância da Família Real Britânica. Após os dilemas dos episódios anteriores, o criador, Peter Morgan, decide deixar a Rainha Elizabeth II em segundo plano para colocar a história de Diana no foco. Apesar das duras críticas diante das escolhas narrativas para o encerramento de uma produção desta magnitude, algo que permaneceu com intacta qualidade foi a construção visual, em particular o figurino de todos os personagens.
Além desses desafios específicos, outra situação que ambas as profissionais comentaram foi sobre a logística de The Crown. Por ser uma série com uma produção gigantesca e bastante investimento do canal de streaming, o resultado que vemos em tela esconde um esforço hercúleo de todas as equipes criativas para fazer dar certo. “Não deixar que isso impeça o seu trabalho também entra na questão dos desafios. É uma narrativa importante, um programa visualmente bonito, tudo isso entra na conta”, reforça Amy.
Os looks de Diana
Desde a sua aparição na série, na pele de Emma Corrin, a personagem de Princesa Diana comove os fãs de The Crown pela interpretação de sua persona na Família Real – e todos os momentos inventados para fins dramáticos (afinal, não é um documentário). Nesta temporada, Lady Di (Elizabeth Debicki) está mais velha, já divorciada de Charles, porém sofrendo ainda as consequências da pressão da mídia britânica em cima dela e de seus filhos.
“Sinto que fomos sortudas de conseguir construir a personagem a partir dos 17 anos dela. Tivemos tempo para entendê-la dentro e fora das telas, a pessoal real e a ficcional. Fizemos muita pesquisa para ter essa jornada, sair da fase inicial e chegar no lugar [que ela está na última temporada]”, explica Amy Roberts, que reforça o quanto isso também se desdobra com outros personagens, não só o trabalho com Diana.
“Essa é a vantagem de fazer televisão, porque o enredo é enorme, os atores adoram trabalhar ao longo desse período, inclusive a equipe criativa, porque há tempo para imaginar a história e desenvolvê-la”, aponta Sidonie. “Você a conhece fantasiada quando ela encontra Charles pela primeira vez ou com as amigas dividindo um apartamento e, depois, é levada para um palácio”, exemplifica a figurinista para indicar o arco de desenvolvimento da personagem e o quanto isso influencia na vestimenta dela (e vice-versa).
Ainda assim, elas reforçam que é impossível capturar tudo do que aconteceu na vida de Lady Di ou mesmo do contexto inteiro da presença de Elizabeth II na monarquia inglesa. “Temos que pintar a vida dela [Diana] com as roupas e isso é algo muito bonito de se fazer, é o que queremos com todos os trabalhos”, diz Amy.
“Esse look em particular não é algo que tiramos de arquivo, veio da nossa interpretação do que Diana usaria naquele contexto. E realmente deu o efeito que ela teria usado. Parecia uma fotografia rara que desenterramos de algum lugar”, brinca Sidonie Roberts. “Aquele instante resume bem o sentimento do nosso trabalho enquanto figurinistas.” E nós, da audiência, seguimos encantados por cada produção usada em The Crown. Qual a sua preferida?